Anualmente milhares de aves movimentam-se entre os países da Europa e Ásia para África, assim como entre a América do Norte e a zona dos trópicos. As aves voam longas distâncias durante o início da Primavera para Norte, de modo a permanecerem e a reproduzirem-se em locais mais amenos. Regressam a terras mais a Sul no Outono, para passarem o Inverno.
Modelos climáticos referenciados pelo IPCC projectam que as temperaturas globais aumentarão entre 1,1 a 8,4 graus centígrados entre 1990 e 2100. Este aumento é originado essencialmente pelo incremento dos gases efeito estufa, devido à actividade humana e à poluição provocada pelo Homem.
Estas alterações climáticas estão a provocar impactos profundos nos habitats das aves. O aumento de temperaturas está a "empurrar" mais para Norte as rotas migratórias e distribuição populacional de muitas espécies.
As espécies serão afectadas de formas diferentes pelas alterações do clima. Haverá diferentes vagas de migração através das paisagens naturais fragmentadas. O risco de extinção de algumas espécies já vulneráveis aumentará. As espécies com necessidades muito particulares no que toca aos factores abióticos/bióticos do habitat e as que constituem pequenas populações são as mais vulneráveis. Entre estas figuram as populações isoladas em ilhas: aves como o Kiwi neozelandês.
Uma equipa de cientistas analisou dados de 30 espécies de aves obtidos ao longo de24 anos e concluiu que algumas aves estão a regressar vários dias mais cedo em relação à década de 80. Esta alteração é maior nas aves que percorrem longas distâncias. Os investigadores acreditam que esta migração antecipada pode resultar das alterações evolutivas, impulsionadas pelas alterações do clima.
Tim Sparks, cientista do Centro de Ecologia e Hidrologia em Huntingdon, Reino Unido, defende que são necessárias mais informações. No entanto, diz que “muitas espécies de aves estão a sofrer graves declínios populacionais. (...) Sem dúvida que é necessário ter mais informações sobre os efeitos das alterações do clima na migração das aves para prever futuras mudanças na biodiversidade”.
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