sexta-feira, 27 de maio de 2011

Mais bons exemplos... precisam-se!

Nos rios portugueses encontram-se 22 espécies endémicas de peixes, que não existem em mais nenhum rio do mundo. Entre elas estão a boga do Oeste (Achondrostoma occidentale), a boga-portuguesa (Iberochondrostoma lusitanicum), o escalo do Mira (Squalius torgalensis), o escalo do Arade (Squalius aradensis) e a boga do Sudoeste (Iberochondrostoma almacai).
Estas espécies endémicas estão criticamente ameaçadas de extinção, devido à poluição dos rios e ao aquecimento global, e requerem medidas urgentes de protecção. As condições climatéricas são também adversas ao desenvolvimento dos peixes, devido a secas.
Segundo Vítor Almada, responsável pelo Centro de Biociências do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), “são espécies únicas no mundo que se estão a extinguir por causa da poluição das ribeiras, devido a descargas de industrias ou suiniculturas, e do aquecimento global, que vai reduzindo cada vez mais a quantidade de água disponível”.
Os investigadores do Centro de Biociências do ISPA acreditam que o declínio das populações de espécies ameaçadas pode ser travado, nomeadamente com a reprodução de alguns peixes em cativeiro, conjugada com projectos de restauração dos seus habitats, até que os seus rios de origem sejam recuperados para voltarem a recebê-las.
Uma das medidas implementadas pelo Centro, em parceria com outras entidades, foi a criação da Estação Aquícola de Campelo nas instalações de uma antiga truticultura do concelho de Figueiró dos Vinhos, onde estão a ser conservadas espécies de peixes do Oeste ao Sul do País, todas elas ameaçadas de extinção.
As espécies são acompanhas todos os dias na alimentação de forma a manter os hábitos naturais. É dada às espécies uma alimentação variada: mexilhão ervilha, miolo de camarão, ração normal, flocos, minhocas e larvas de mosquito.
A limpeza, a medição do caudal da água, a detecção de eventuais problemas sanitários são preocupações constantes que os técnicos do viveiro têm, para que possam libertar as espécies em habitat natural em condições aceitáveis. O projecto prevê a reintrodução dos peixes no Ruivaco-do-Oeste ou no rio Alcabrichel, em Torres Vedras.
Salvar os Peixes! É este o grande objectivo que este projecto está a levar a bom porto.
Mais bons exemplos... precisam-se!

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