terça-feira, 31 de maio de 2011

Estamos no bom caminho!

O projecto Bioria, desenvolvido por biólogos da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, está a transformar as praias de arroz das marinhas de Salreu, num local de observação de espécies aquáticas, aves e plantas. A garça-vermelha, a lontra europeia, o lagarto-de-água, o robalo, a enguia, a rã-de.focinho-pontiagudo, passeriformes paludicolas, limícoolas na classe das aves, e outros animais podem ser encontradas neste local.
O percurso, de oito quilómetros, pode ser explorado a pé ou de bicicleta. Mal se coloca os pés no percurso de terra batida é frequente deter a vista no suave planar das cegonhas. Depois, entra-se num universo que durante anos apenas foi conhecido dos agricultores daquele local. O trajecto é constituído por um importante património natural, ponto de descanso para muitas espécies em migração.
Com uns binóculos e em silêncio podemos ouvir movimentações apressadas por entre a vegetação e captar imagens únicas, de rara beleza.
O Bioria começou por ser um projecto piloto mas já estendeu os seus tentáculos a outras paisagens. Pé ante pé foi cimentando uma ideia diferente da imagem de que tudo por Estarreja era poluição, devido às fábricas que se situam em Cacia.
O Homem e a Natureza podem andar de mãos dadas.
Projectos como este fazem-nos acreditar que... estamos no bom caminho!


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Mais bons exemplos... precisam-se!

Nos rios portugueses encontram-se 22 espécies endémicas de peixes, que não existem em mais nenhum rio do mundo. Entre elas estão a boga do Oeste (Achondrostoma occidentale), a boga-portuguesa (Iberochondrostoma lusitanicum), o escalo do Mira (Squalius torgalensis), o escalo do Arade (Squalius aradensis) e a boga do Sudoeste (Iberochondrostoma almacai).
Estas espécies endémicas estão criticamente ameaçadas de extinção, devido à poluição dos rios e ao aquecimento global, e requerem medidas urgentes de protecção. As condições climatéricas são também adversas ao desenvolvimento dos peixes, devido a secas.
Segundo Vítor Almada, responsável pelo Centro de Biociências do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), “são espécies únicas no mundo que se estão a extinguir por causa da poluição das ribeiras, devido a descargas de industrias ou suiniculturas, e do aquecimento global, que vai reduzindo cada vez mais a quantidade de água disponível”.
Os investigadores do Centro de Biociências do ISPA acreditam que o declínio das populações de espécies ameaçadas pode ser travado, nomeadamente com a reprodução de alguns peixes em cativeiro, conjugada com projectos de restauração dos seus habitats, até que os seus rios de origem sejam recuperados para voltarem a recebê-las.
Uma das medidas implementadas pelo Centro, em parceria com outras entidades, foi a criação da Estação Aquícola de Campelo nas instalações de uma antiga truticultura do concelho de Figueiró dos Vinhos, onde estão a ser conservadas espécies de peixes do Oeste ao Sul do País, todas elas ameaçadas de extinção.
As espécies são acompanhas todos os dias na alimentação de forma a manter os hábitos naturais. É dada às espécies uma alimentação variada: mexilhão ervilha, miolo de camarão, ração normal, flocos, minhocas e larvas de mosquito.
A limpeza, a medição do caudal da água, a detecção de eventuais problemas sanitários são preocupações constantes que os técnicos do viveiro têm, para que possam libertar as espécies em habitat natural em condições aceitáveis. O projecto prevê a reintrodução dos peixes no Ruivaco-do-Oeste ou no rio Alcabrichel, em Torres Vedras.
Salvar os Peixes! É este o grande objectivo que este projecto está a levar a bom porto.
Mais bons exemplos... precisam-se!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A manta

A manta (manta birostris) é a maior raia existente no Mundo. Assusta pela sua dimensão, no entanto é inofensiva para os homens. Tem o corpo em forma de losangulo e uma cauda longa sem espinhos. Pode atingir os oito metros de envergadura e pesar mais de duas toneladas. Encontra-s nas regiões tropicais de todos os oceanos, principalmente junto aos recifes de coral
O nome deriva de uma palavra portuguesa e espanhola que significa cobertor. Também é conhecida por xaile, jamanta, maroma, morcego-do-mar ou peixe-diabo.
Desde 2005, a lista vermelha da União Mundial para a Natureza (UINC) coloca-a entre as espécies em vias de extinção porque é considerável vulnerável devido á inetnsa captura nalgumas zonas do planeta, ao baixo índice de reprodução (uma cria de dois em dois anos) e às alterações dos seu habitat. O aquecimento global influencia a temperatura das águas do mar e interfere com o desenvolvimento do seu principal alimento, o plâncton.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A lontra

A lontra (lutra lutra) é um mamífero e carnívoro, de hábitos nocturnos, dócil e domesticável. Encontra-se na Europa, Ásia, parte sul da América do Norte e na América do Sul. Vive no litoral ou próximo dos rios, ribeiras, lagoas e albufeiras. Alimenta-se maioritariamente de peixe, mas come também crustáceos, répteis, aves e pequenos mamíferos.
Este animal possui uma pelagem em duas camadas, uma externa e impermeável e outra interna para o isolamento térmico.  O seu corpo é hidrodinâmico, preparado para nadar em alta velocidade. A cauda, longa e espessa na base e a afunilar suavemente até à ponta, é o principal órgão propulsor dentro de água, servindo de leme. As patas são curtas e vigorosas, com cinco dedos unidos por uma membrana interdigital, propiciam uma natação rápida e vigorosa. A lontra pode ficar submersa durante seis minutos e ao nadar pode alcançar a velocidade de 12 km/hora. Quando nada, a posição elevada das narinas e dos olhos permite-lhe manter-se à superfície sem ser notada.
A lontra faz parte da lista de animais ameaçados de extinção, estando classificada como Vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
O facto da sua pele ter elevado valor no sector têxtil levou a que fosse caçada sem regra por toda a Europa. Isso fez com que esta animal se encontre disperso, em grupos sem qualquer contacto entre si.
Outros dos factores que colocam esta espécie em perigo são a poluição e destruição dos ambientes aquáticos e ripícolas, bem como o uso de pesticidas na agricultura que afecta a qualidade da água dos rios.

terça-feira, 24 de maio de 2011

A garça-vermelha

A garça-vermelha (ardea purpurea), garça-imperial ou garça-galega, encontra-se no Sul e Centro da Europa, migrando no Inverno para África. Nidificam em colónias, normalmente em canaviais. Preferem águas pouco profundas, paradas ou com pouca corrente, de substrato arenoso, sedimentar, lodoso ou com vegetação. Frequenta estuários, rias, lagoas costeiras, valas, açudes, barragens e pequenos canais e diques que pertencem aos sistemas de irrigação dos arrozais.
Alimentam-se principalmente de peixes e insectos. Em menor quantidade de pequenos mamíferos e anfíbios, cobras, lagartos e ocasionalmente de aves, crustáceos, moluscos e aranhas.
A garça-vermelha é uma ave discreta e tímida, de difícil observação. Enquanto se alimenta pode ficar estática durante longos períodos de tempo, passando despercebida às presas e aos observadores.
Esta espécie encontra-se listada no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal com estatuto de “em perigo”. A poluição dos cursos de água, com a consequente destruição do habitat e envenenamento da sua fonte de alimento, é a principal causa.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A migração das aves

Anualmente milhares de aves movimentam-se entre os países da Europa e Ásia para África, assim como entre a América do Norte e a zona dos trópicos. As aves voam longas distâncias durante o início da Primavera para Norte, de modo a permanecerem e a reproduzirem-se em locais mais amenos. Regressam a terras mais a Sul no Outono, para passarem o Inverno.
Modelos climáticos referenciados pelo IPCC projectam que as temperaturas globais aumentarão entre 1,1 a 8,4 graus centígrados entre 1990 e 2100. Este aumento é originado essencialmente pelo incremento dos gases efeito estufa, devido à actividade humana e à poluição provocada pelo Homem.
Estas alterações climáticas estão a provocar impactos profundos nos habitats das aves. O aumento de temperaturas está a "empurrar" mais para Norte as rotas migratórias e distribuição populacional de muitas espécies.
As espécies serão afectadas de formas diferentes pelas alterações do clima. Haverá diferentes vagas de migração através das paisagens naturais fragmentadas. O risco de extinção de algumas espécies já vulneráveis aumentará. As espécies com necessidades muito particulares no que toca aos factores abióticos/bióticos do habitat e as que constituem pequenas populações são as mais vulneráveis. Entre estas figuram as populações isoladas em ilhas: aves como o Kiwi neozelandês.
Uma equipa de cientistas analisou dados de 30 espécies de aves obtidos ao longo de24 anos e concluiu que algumas aves estão a regressar vários dias mais cedo em relação à década de 80. Esta alteração é maior nas aves que percorrem longas distâncias. Os investigadores acreditam que esta migração antecipada  pode resultar das alterações evolutivas, impulsionadas pelas alterações do clima.
Tim Sparks, cientista do Centro de Ecologia e Hidrologia em Huntingdon, Reino Unido, defende que são necessárias mais informações. No entanto, diz que “muitas espécies de aves estão a sofrer graves declínios populacionais. (...) Sem dúvida que é necessário ter mais informações sobre os efeitos das alterações do clima na migração das aves para prever futuras mudanças na biodiversidade”.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A coruja-das-torres

A coruja-das-torres (tyto alba) é uma ave de rapina nocturna, também conhecida por coruja-da-igreja, coruja-católica, coruja-branca e rasga-mortalha . Identifica-se pelo disco facial branco em forma de coração e pelo tom alaranjado do corpo. A crista de penas acima do bico assemelha-se a um nariz. Vivem, preferencialmente, em zonas de campos agrícolas com sebes, taludes e matos. Normalmente, nidificam em construções abandonadas, quintas, celeiros, chaminés, armazéns ou torres de igrejas. A sua alimentação baseia-se sobretudo em pequenos mamíferos roedores, mas também podem-se alimentar de pequenos pássaros, répteis, anfíbios, peixes e insectos. Uma curiosidade: a sua cabeça pode girar 270º para compensar o facto dos sues olhos serem imóveis. Quando estão curiosas ou estão a analisar o ambiente, balançam a cabeça da esquerda para a direita. Desta forma, aumentam a área que visualizam e vêem as imagens tridimensionalmente.
O aumento do uso de agro-químicos para dominuir o número de roedores, a sua principal fonte de alimento, e o envenenamento provocado pelo uso crescente de pesticidas, devido à intensificação da agricultura, tem provocado um declínio desta espécie.



quarta-feira, 18 de maio de 2011

O guarda-rios

O guarda-rios, também conhecido por martim-pescador ou pica-peixe, é uma ave de pequeno a médio porte, de plumagem colorida e pescoço curto. A cabeça é relativamente grande em relação ao corpo e tem um bico longo e robusto. Em adulto, o bico e as patas são bastante coloridos, normalmente em tons de vermelho, laranja ou amarelo. A plumagem é exuberante, de cores azuis ou verdes.
O tipo de dieta dos guarda-rios varia consoante a espécie e com as condições ambientais. A maioria consome peixes, insectos ou pequenos vertebrados. Existem também exemplos de guarda-rios frutícolas.
O IUCN (International Union for Conservation of Nature) lista 24 espécies de guarda-rios como vulneráveis ou em perigo. Estas aves são ameaçadas pela redução do habitat, pela poluição dos rios e pelo envenenamento por pesticidas.

terça-feira, 17 de maio de 2011

A floresta tropical

A floresta tropical existem em três regiões da Terra (na América, na África e na Ásia) e ocupa 20% do território.
Uma das principais características da floresta tropical é a enorme biodiversidade animal e vegetal, Cerca de 60% das espécies do planeta encontram-se neste ecossistema. A biodiversidade é tão localizada e variável que se estima serem imensas as espécies por descobrir e catalogar.
No entanto, vários factores estão a provocar a destruição das florestas tropicais e com elas o desaparecimento de plantas e animais. Estudos recentes, realizados a partir de imagens de satélite, demonstram que as florestas tropicais estão a desaparecer rapidamente. A taxa de destruição é de cerca de 154 mil quilómetros quadrados, o equivalente a dois campos de futebol por segundo.
As alterações climatéricas afectam os ecossistemas e as espécies animais e têm um amplo efeito nas florestas tropicais. Mudanças nos padrões de temperatura e de distribuição da chuva resultam  na transformação deste bioma em florestas secas.
A desflorestação tropical e a degradação das florestas são outra das causas de perda de biodiversidade e contribuem para uma extinção em massa das espécies, num índice 100 a 1.000 vezes maior do que o considerado normal no tempo evolutivo. 
A destruição das florestas para a obtenção de solo para a agricultura, a extracção de madeira, por parte da indústria madeireira, a obtenção de pastos, para a criação de gado,  a construção de estradas, tem como consequência o desaparecimento de absorventes de dióxido de carbono. Estima-se que exista um acréscimo de 10 a 30% na emissão de gases para a atmosfera, agravando o aquecimento global, com principal incidência nas florestas tropicais.
A interacção entre a desflorestação e as mudanças climatéricas pode levar as florestas tropicais a entrarem num ciclo vicioso extremamente perigoso. Por um lado, a desflorestação, representa uma fonte importante de emissão de gases de efeito estufa. Por outro, as alterações climatéricas aumentam a vulnerabilidade das florestas tropicais aos incêndios florestais e à desflorestação, acelerando a conversão da florestas em ecossistemas mais secos e mais pobres em espécies.
É urgente legislar e travar a desflorestação. Ao fazer-se, por exemplo, uma queimada podem ser destruídas espécies que jamais foram conhecidas ou catalogadas, tão grande que é a biodiversidade das florestas tropicais.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

As plantas também sofrem!

A vegetação também é afectada pela poluição.
Uma pesquisa da Universidade de York, do Reino Unido, mostram que formas reactivas do elemento nitrogénio já afectam 60% das áreas selvagens do continente.
Um dos efeitos desta forma de nitrogénio é deixar o solo mais ácido que o normal. A acidificação dos solos tem como consequência a redução de nutrientes e a libertação de substâncias prejudiciais às plantas, resultando numa menor produtividade e numa maior susceptibilidade a pragas e doenças.
Outro efeito, paradoxalmente, é deixar o solo fértil demais. Quando o solo é fertilizado desta forma quem mais beneficia são as espécies-praga, em geral gramídias e arbustos, que sufocam as outras plantas e diminuem a biodiversidade.
Verifica-se também a destruição de tecidos das folhas das plantas provocada pela deposição seca de SO2, pelas chuvas ácidas ou pelo ozono (O3), reflectindo-se na redução da área fotossintética. As plantas danificadas desenvolvem rapidamente manchas castanhas que posteriormente amarelecem nas superfícies superiores das suas folhas. As folhas das árvores caem prematuramente e as taxas de crescimento decrescem.
O efeito da poluição sobre as culturas tem também um impacto económico: reduz a produção, baixa a qualidade da colheita, pode provocar alterações nos sistemas agrícolas.
Em conclusão, as plantas são tão ameaçadas de extinção como os mamíferos.
As plantas são a base de toda a vida da terra, fornecendo ar limpo, água, comida e combustível. A vida de todos os animais, incluindo o Homem, depende delas.
Não podemos ficar de braços cruzados a ver as espécies vegetais a desaparecer.
Medidas preventivas, precisam-se!


sexta-feira, 13 de maio de 2011

A decisão é nossa!

Animais em vias de extinção! O único responsável por este fenómeno é o Homem, directa ou indirectamente...
O único inimigo do Homem é ele próprio. É o único animal à face da Terra capaz de destruir em segundos o que levou séculos a construir. Para o seu próprio desenvolvimento e conforto. Sem avaliar as consequências.
A destruição de florestas, a utilização de pesticidas e combustíveis, contribui, não só para a destruição da camada de Ozono e para o acréscimo da poluição, como também destrói o habitat de imensas espécies de animais.
Inúmeras espécies já foram extintas! Temos conhecimento delas através de documentos, deixados como herança pelos nossos antepassados. Será que a herança que queremos deixar aos nossos descendentes é o acréscimo na lista de espécies extintas?
Que diriam eles?
A decisão é nossa!...


quinta-feira, 12 de maio de 2011

O pinguim-imperador

O pinguim-imperador (Aptenodytes forsten) é a maior ave da família dos pinguins. Os machos desta espécie são um dos poucos animais que passam o Inverno da Antárctida.
O pinguim-imperador caracteriza-se pela plumagem cinza-azulado nas costas, branca no abdómen, preta na cabeça e patas e uma faixa alaranjada em torno dos ouvidos. Come pequenos peixes, Krill e lulas.
O padrão reprodutivo é muito característico. As fêmeas põem um ovo no final do Outono, que abandonam para passar o inverno no mar. O ovo é incubado pelo macho, durante o inverno. Para superar as temperaturas negativas e os ventos, os machos amontoam-se e passam a maior parte do tempo a dormir, para poupar energia. Nunca abandonam o ovo (que congelaria) e sobrevivem à base da camada de gordura acumulada durante o verão. Na Primavera a fêmea regressa e substitui o macho. Se a cria choca antes do regresso da mãe, o macho alimenta o filho com secreções de um glândula especial existente nos eu esófago.
Os pinguins-imperadores são muito sensíveis a alterações climatéricas. Dependem da fina camada de gelo que se forma sobre o oceano Antárctico para  se reproduzir e alimentar. As colónias são formadas nesses bancos de gelo, para que os pinguins possam realizar as viagens ao mar aberto em busca de alimentos durante o período de incubação dos ovos e de criação dos filhotes.
As espécies de pinguim têm vindo a diminuir drasticamente. Nos últimos 25 anos reduziram 65%. O degelo, ou seja, o decréscimo da massa glacial nas zonas do seu habitat e o aquecimento global provocado pelo efeito de estufa, podem levar à extinção desta espécie até ao final do século.



quarta-feira, 11 de maio de 2011

Poluição luminosa

A variedade das condições ambientais contribui para a separação dos recursos e para uma maior biodiversidade. Alguns processos naturais só podem acontecer durante a noite, na escuridão, como por exemplo, repouso, reparação, navegação celestial, predação ou recarga dos sistemas. A escuridão é tão importante como a luz do dia. É indispensável para um funcionamento saudável dos organismos e de todo o ecossistema.
A perturbação dos padrões naturais de luz e escuridão influência vários aspectos do comportamento animal. A poluição luminosa pode confundir a navegação animal, alterar interacções de competição, alterar relações entre presas predadores e afectar a fisiologia do animal.
As aves desorientam-se perante o efeito da luz. Perturba o voo e a caça das aves noctívagas.. Impede o repouso adequado das aves diurnas. Provoca alterações nas rotas das aves migrantes nocturnas. Interfere com a reprodução das aves. Altera o horário do canto das aves.
A desorientação mais conhecida é a das tartarugas marinhas. Quando os ovos eclodem, os filhotes dirigem-se para o mar, orientados pela claridade do horizonte, em contraste com a escuridão continental. A poluição luminosa, especialmente em noites com lua pequena ou mesmo sem lua, pode desorientar as crias na sua caminhada para o mar. Devido a estes problemas de desorientação, as jovens tartarugas rastejam na direcção errada onde ficam ameaçados por desidratação, predadores e elevadas temperaturas após o nascer do Sol.
A bioluminescência é uma fenómeno comum na Natureza. Em áreas intensamente iluminadas esse fenómeno perde a sua função, levando ao desaparecimento de vaga-lumes e de pirilampos. A luz artificial reduz a visibilidade destes animais, prejudicando a comunicação entre eles e reduzindo a reprodução da espécie.
Para minimizar os efeitos negativos da iluminação artificial é necessário, em primeiro lugar, mudar a mentalidade do Homem. Temos de usar apneas a luz necessária, Temos de criar leis para a regulamentação da emissão da luz para o ambiente. Temos de diminuir o sky glow, principalmente o das grandes cidades.
No mapa abaixo são notórias as zonas de maior concentração de poluição luminosa.



terça-feira, 10 de maio de 2011

Poluição sonora

O mundo submerso é tudo menos silencioso. Os peixes ouvem e alguns deles ouvem até muito altas frequências. Além de ouvirem bem, os peixes têm vivências básicas associadas aos sons: a reprodução é uma delas; a comunicação como defesa contra predadores é outra. É por isso que o ruído crescente provocado pelas actividades humanas nos oceanos causam um forte impacto na vida marinha.
O aumento da poluição sonora no mar põe em risco a sobrevivência das espécies marinhas. Na Convenção sobre as Espécies Migratórias, realizada em Dezembro 2008, este problema foi destacado pela ONU. O aumento da cacafonia marinha originado pelo Homem representa um problema, sobretudo, para os mamíferos que usam sons para comunicar. “O barulho submarino feiro pelo Homem já provocou uma espécie de nevoeiro acústico e uma cacafonia de sons em muitas partes dos mares e oceanos do mundo”, disse o director científico da Sociedade para a Preservação dos Golfinhos e Baleias, Mark Simmonds, em comunicado da FAO.
Um navio de carga emite, pelo estouro das bolhas que os seus propulsores criam na água, ruídos de 150 a 195 decibéis. Imagine-se 100 mil cargueiros...
A baleia está ficando surda, ouvindo a distâncias 90% menores. A orca tem sido obrigada a emitir sons cada vez mais altos para ser ouvida.
Algumas baleias aparecem mortas nas praias após testes militares com sonares caça-submarinos (235 decibéis), que causam hemorragias nos ouvidos e olhos dos animais.
A ONU denuncia ainda que as mudanças na composição química marinha também contribuem para o aumento da poluição sonora nos oceanos. O aumento dos níveis de acidez da água do mar fazem com que esta absorva 10% menos sons de baixa frequência. A menos que se reduzam os níveis dos gases do efeito de estufa, os níveis de acidez marinha podem chegar, em 2050, a um ponto que leva à propagação do ruído dos navios a distâncias 70% maiores.
O que fazer? Os navios utilizarem motores mais silenciosos e alarmes menos danosos, restringir os testes sísmicos utilizados na prospecção de petróleo e de gás, cortar nas emissões de CO2... preocuparmo-nos mais com as consequências dos nossos actos!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O íbis-de-crista

Em tempos espalhado por todo o Sudoeste da Sibéria, Coreia, Japão e Nordeste da China, o íbis-de-crista (Nipponia nippon) sofreu um enorme declínio durante o século XX. A principal razão para este facto é a destruição dos seus habitats. Nos locais onde se encontram as suas necessidades entraram em conflito com as da população humana.
Esta ave necessita de viver em áreas com árvores e próximo de habitats húmidos. Os madeireiros destruíram muitos destes habitats, como florestas de pinheiros.
Os agricultores começaram a usar pesticidas nos campos de arroz. Estes costumavam ser habituais fontes de alimento para esta ave aquática. 
Outros habitats onde estas aves se alimentam tiveram um destino semelhante com a entrada da poluição nos sistemas aquíferos de algumas regiões.
Envenenadas, as aves sobreviventes passaram a dispor de pouco alimento e ficaram sem locais para nidificar. As populações tentaram sobreviver mas foram morrendo progressivamente. No Japão foram considerados extintos e na China chegaram a ser apenas sete animais. 
O Homem tem de aprender a ter mais consideração pela vida selvagem e pelo ambiente. Felizmente, na China, devido a programas de conservação da espécie, hoje existem mais de 1.000 animais a viver em liberdade. 
 

terça-feira, 3 de maio de 2011

O golfinho-do-ganges

O golfinho-do-ganges (Platanista Gangetica), o rio sagrado indiano, é o último descendente do grupo de golfinhos mais antigos do planeta, que viveu nos mares à milhões de anos. Foram incluídos, pela Sociedade Zoológica de Londres na lista EDGE, que reúne as espécies com características únicas em riscos de extinção.  
O golfinho-do-ganges é um golfinho de água doce, encontrado no subcontinente indiano, nos rios Ganges, Bramaputra e Karnapuli. Tem um singular focinho comprido e estreito. Vive solitário ou aos pares. São os únicos cetáceos cujos olhos não têm cristalino, tornando-os cegos. Locomovem-se através de um sofisticado sistema de ecolocalização. Nada frequentemente de lado, com o pescoço a formar um ângulo recto, enquanto o seu sistema de sonar vasculha o leito do rio à procura de alimento.
Este golfinho enfrenta uma série de ameaças, provocadas pelos humanos, que podem provocar a sua extinção. A qualidade da água do Ganges está a declinar e este mamíferos precisam de águas não poluídas para sobreviverem. Águas residuais não tratadas, despejos de siderurgias, refinarias e outras indústrias, poluem o rio e seus afluentes.
A poluição reduz também o número de peixes que fazem parte da dieta dos golfinhos.
Estes animais são também muito sensíveis a derrames químicos e terramotos.
O golfinho-do-ganges encontra-se legalmente protegido desde 1972, mas a sua população continua a decrescer 10% ao ano. Nesta pobre e super povoada região do globo, a preservação do golfinho raramente ontém a atenção pública que merece ou os recursos governamentais que precisa.