terça-feira, 31 de maio de 2011

Estamos no bom caminho!

O projecto Bioria, desenvolvido por biólogos da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, está a transformar as praias de arroz das marinhas de Salreu, num local de observação de espécies aquáticas, aves e plantas. A garça-vermelha, a lontra europeia, o lagarto-de-água, o robalo, a enguia, a rã-de.focinho-pontiagudo, passeriformes paludicolas, limícoolas na classe das aves, e outros animais podem ser encontradas neste local.
O percurso, de oito quilómetros, pode ser explorado a pé ou de bicicleta. Mal se coloca os pés no percurso de terra batida é frequente deter a vista no suave planar das cegonhas. Depois, entra-se num universo que durante anos apenas foi conhecido dos agricultores daquele local. O trajecto é constituído por um importante património natural, ponto de descanso para muitas espécies em migração.
Com uns binóculos e em silêncio podemos ouvir movimentações apressadas por entre a vegetação e captar imagens únicas, de rara beleza.
O Bioria começou por ser um projecto piloto mas já estendeu os seus tentáculos a outras paisagens. Pé ante pé foi cimentando uma ideia diferente da imagem de que tudo por Estarreja era poluição, devido às fábricas que se situam em Cacia.
O Homem e a Natureza podem andar de mãos dadas.
Projectos como este fazem-nos acreditar que... estamos no bom caminho!


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Mais bons exemplos... precisam-se!

Nos rios portugueses encontram-se 22 espécies endémicas de peixes, que não existem em mais nenhum rio do mundo. Entre elas estão a boga do Oeste (Achondrostoma occidentale), a boga-portuguesa (Iberochondrostoma lusitanicum), o escalo do Mira (Squalius torgalensis), o escalo do Arade (Squalius aradensis) e a boga do Sudoeste (Iberochondrostoma almacai).
Estas espécies endémicas estão criticamente ameaçadas de extinção, devido à poluição dos rios e ao aquecimento global, e requerem medidas urgentes de protecção. As condições climatéricas são também adversas ao desenvolvimento dos peixes, devido a secas.
Segundo Vítor Almada, responsável pelo Centro de Biociências do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), “são espécies únicas no mundo que se estão a extinguir por causa da poluição das ribeiras, devido a descargas de industrias ou suiniculturas, e do aquecimento global, que vai reduzindo cada vez mais a quantidade de água disponível”.
Os investigadores do Centro de Biociências do ISPA acreditam que o declínio das populações de espécies ameaçadas pode ser travado, nomeadamente com a reprodução de alguns peixes em cativeiro, conjugada com projectos de restauração dos seus habitats, até que os seus rios de origem sejam recuperados para voltarem a recebê-las.
Uma das medidas implementadas pelo Centro, em parceria com outras entidades, foi a criação da Estação Aquícola de Campelo nas instalações de uma antiga truticultura do concelho de Figueiró dos Vinhos, onde estão a ser conservadas espécies de peixes do Oeste ao Sul do País, todas elas ameaçadas de extinção.
As espécies são acompanhas todos os dias na alimentação de forma a manter os hábitos naturais. É dada às espécies uma alimentação variada: mexilhão ervilha, miolo de camarão, ração normal, flocos, minhocas e larvas de mosquito.
A limpeza, a medição do caudal da água, a detecção de eventuais problemas sanitários são preocupações constantes que os técnicos do viveiro têm, para que possam libertar as espécies em habitat natural em condições aceitáveis. O projecto prevê a reintrodução dos peixes no Ruivaco-do-Oeste ou no rio Alcabrichel, em Torres Vedras.
Salvar os Peixes! É este o grande objectivo que este projecto está a levar a bom porto.
Mais bons exemplos... precisam-se!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A manta

A manta (manta birostris) é a maior raia existente no Mundo. Assusta pela sua dimensão, no entanto é inofensiva para os homens. Tem o corpo em forma de losangulo e uma cauda longa sem espinhos. Pode atingir os oito metros de envergadura e pesar mais de duas toneladas. Encontra-s nas regiões tropicais de todos os oceanos, principalmente junto aos recifes de coral
O nome deriva de uma palavra portuguesa e espanhola que significa cobertor. Também é conhecida por xaile, jamanta, maroma, morcego-do-mar ou peixe-diabo.
Desde 2005, a lista vermelha da União Mundial para a Natureza (UINC) coloca-a entre as espécies em vias de extinção porque é considerável vulnerável devido á inetnsa captura nalgumas zonas do planeta, ao baixo índice de reprodução (uma cria de dois em dois anos) e às alterações dos seu habitat. O aquecimento global influencia a temperatura das águas do mar e interfere com o desenvolvimento do seu principal alimento, o plâncton.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A lontra

A lontra (lutra lutra) é um mamífero e carnívoro, de hábitos nocturnos, dócil e domesticável. Encontra-se na Europa, Ásia, parte sul da América do Norte e na América do Sul. Vive no litoral ou próximo dos rios, ribeiras, lagoas e albufeiras. Alimenta-se maioritariamente de peixe, mas come também crustáceos, répteis, aves e pequenos mamíferos.
Este animal possui uma pelagem em duas camadas, uma externa e impermeável e outra interna para o isolamento térmico.  O seu corpo é hidrodinâmico, preparado para nadar em alta velocidade. A cauda, longa e espessa na base e a afunilar suavemente até à ponta, é o principal órgão propulsor dentro de água, servindo de leme. As patas são curtas e vigorosas, com cinco dedos unidos por uma membrana interdigital, propiciam uma natação rápida e vigorosa. A lontra pode ficar submersa durante seis minutos e ao nadar pode alcançar a velocidade de 12 km/hora. Quando nada, a posição elevada das narinas e dos olhos permite-lhe manter-se à superfície sem ser notada.
A lontra faz parte da lista de animais ameaçados de extinção, estando classificada como Vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
O facto da sua pele ter elevado valor no sector têxtil levou a que fosse caçada sem regra por toda a Europa. Isso fez com que esta animal se encontre disperso, em grupos sem qualquer contacto entre si.
Outros dos factores que colocam esta espécie em perigo são a poluição e destruição dos ambientes aquáticos e ripícolas, bem como o uso de pesticidas na agricultura que afecta a qualidade da água dos rios.

terça-feira, 24 de maio de 2011

A garça-vermelha

A garça-vermelha (ardea purpurea), garça-imperial ou garça-galega, encontra-se no Sul e Centro da Europa, migrando no Inverno para África. Nidificam em colónias, normalmente em canaviais. Preferem águas pouco profundas, paradas ou com pouca corrente, de substrato arenoso, sedimentar, lodoso ou com vegetação. Frequenta estuários, rias, lagoas costeiras, valas, açudes, barragens e pequenos canais e diques que pertencem aos sistemas de irrigação dos arrozais.
Alimentam-se principalmente de peixes e insectos. Em menor quantidade de pequenos mamíferos e anfíbios, cobras, lagartos e ocasionalmente de aves, crustáceos, moluscos e aranhas.
A garça-vermelha é uma ave discreta e tímida, de difícil observação. Enquanto se alimenta pode ficar estática durante longos períodos de tempo, passando despercebida às presas e aos observadores.
Esta espécie encontra-se listada no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal com estatuto de “em perigo”. A poluição dos cursos de água, com a consequente destruição do habitat e envenenamento da sua fonte de alimento, é a principal causa.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A migração das aves

Anualmente milhares de aves movimentam-se entre os países da Europa e Ásia para África, assim como entre a América do Norte e a zona dos trópicos. As aves voam longas distâncias durante o início da Primavera para Norte, de modo a permanecerem e a reproduzirem-se em locais mais amenos. Regressam a terras mais a Sul no Outono, para passarem o Inverno.
Modelos climáticos referenciados pelo IPCC projectam que as temperaturas globais aumentarão entre 1,1 a 8,4 graus centígrados entre 1990 e 2100. Este aumento é originado essencialmente pelo incremento dos gases efeito estufa, devido à actividade humana e à poluição provocada pelo Homem.
Estas alterações climáticas estão a provocar impactos profundos nos habitats das aves. O aumento de temperaturas está a "empurrar" mais para Norte as rotas migratórias e distribuição populacional de muitas espécies.
As espécies serão afectadas de formas diferentes pelas alterações do clima. Haverá diferentes vagas de migração através das paisagens naturais fragmentadas. O risco de extinção de algumas espécies já vulneráveis aumentará. As espécies com necessidades muito particulares no que toca aos factores abióticos/bióticos do habitat e as que constituem pequenas populações são as mais vulneráveis. Entre estas figuram as populações isoladas em ilhas: aves como o Kiwi neozelandês.
Uma equipa de cientistas analisou dados de 30 espécies de aves obtidos ao longo de24 anos e concluiu que algumas aves estão a regressar vários dias mais cedo em relação à década de 80. Esta alteração é maior nas aves que percorrem longas distâncias. Os investigadores acreditam que esta migração antecipada  pode resultar das alterações evolutivas, impulsionadas pelas alterações do clima.
Tim Sparks, cientista do Centro de Ecologia e Hidrologia em Huntingdon, Reino Unido, defende que são necessárias mais informações. No entanto, diz que “muitas espécies de aves estão a sofrer graves declínios populacionais. (...) Sem dúvida que é necessário ter mais informações sobre os efeitos das alterações do clima na migração das aves para prever futuras mudanças na biodiversidade”.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A coruja-das-torres

A coruja-das-torres (tyto alba) é uma ave de rapina nocturna, também conhecida por coruja-da-igreja, coruja-católica, coruja-branca e rasga-mortalha . Identifica-se pelo disco facial branco em forma de coração e pelo tom alaranjado do corpo. A crista de penas acima do bico assemelha-se a um nariz. Vivem, preferencialmente, em zonas de campos agrícolas com sebes, taludes e matos. Normalmente, nidificam em construções abandonadas, quintas, celeiros, chaminés, armazéns ou torres de igrejas. A sua alimentação baseia-se sobretudo em pequenos mamíferos roedores, mas também podem-se alimentar de pequenos pássaros, répteis, anfíbios, peixes e insectos. Uma curiosidade: a sua cabeça pode girar 270º para compensar o facto dos sues olhos serem imóveis. Quando estão curiosas ou estão a analisar o ambiente, balançam a cabeça da esquerda para a direita. Desta forma, aumentam a área que visualizam e vêem as imagens tridimensionalmente.
O aumento do uso de agro-químicos para dominuir o número de roedores, a sua principal fonte de alimento, e o envenenamento provocado pelo uso crescente de pesticidas, devido à intensificação da agricultura, tem provocado um declínio desta espécie.